O C da vez – A ascensão do CDO
O Chief Digital Officer vem ganhando cada vez mais espaço no board das empresas. Mas afinal, de onde surgiu? Qual o seu perfil? Quais suas responsabilidades?
Ao clicarmos em uma página na internet, interagirmos com um anúncio online, realizarmos uma compra usando o cartão de crédito ou débito; quando lemos ou compartilhamos notícias em nossa rede social, postamos fotos, assistimos e fazemos downloads de vídeos; ou simplesmente ligamos o sinal do GPS de nosso smartphone: nós estamos produzindo diversos tipos de informações que são úteis e significam lucro para as empresas..
Com a globalização e a ampliação do uso da internet em diferentes situações, principalmente no acesso por celular, tem implicado na explosão da geração de informações em um ritmo exponencial. Apenas nos 2 últimos anos, produzimos 90% da quantidade de informações que foram produzidas até este período. Atualmente, produzimos cerca de 2,5 quintilhões de bites de dados por dia (para se ter uma idéia, 1 quintilhão de bites equivale a 223 milhões de filmes!). E certamente estes números serão superados, principalmente com a recente adoção – e evolução do IoT e do Big Data.
O mercado tem vivido a mudança de comportamento de seus consumidores, seja para analisar os produtos e serviços desejados ou para comentar sobre sua experiência com determinada marca, serviço ou produto,algo que ocorre hoje principalmente pelos meios digitais e, como conseqüencia, tem se visto a necessidade de estudar tais informações em diferentes canais para validar os esforços realizados internamente pela sua Organização, sejam eles em marketing, P&D ou em vendas, por exemplo.
Com este cenário, as companhias têm procurado adotar práticas e estruturas que mensure e avalie as dados externos e também gerencie as informações internas, Estes dois aspectos levaram as empresas a identificar uma nova lacuna em seu quadro organizacional: Um executivo com um perfil multidisciplinar capaz de compreender tais processos tecnológicos, informações e fosse capaz de aplicar a técnica ao negócio. Este profissional deverá convergir duas distintas áreas (técnica e estratégica) e direcionar a organização ao objetivo comum. Neste momento emerge a necessidade de um novo profissional, o CDO (Chief Data Officer).
Instituições especializadas como o Gartner, apontam os CIO’s como os profissionais ideais para assumir esta posição. Entretanto, a exigência de uma pluralidade de competências tem despertado algumas discussões sobre este tema. Afinal, qual o perfil de um CDO? Identificar um executivo com perfil técnico, político e de negócios, é uma tarefa árdua. Algumas pesquisas como “The 2016 State of Digital Transformation” apontam os CMO’s (Chief Marketing Officer) como os profissionais a altura desta função, devido ao seu conhecimento aprofundado em canais digitais, tendências tecnológicas e pela facilidade que conseguem transitar pelas áreas de negócios, apesar de não serem tão técnicos.
Os CIO’s, por sua vez, costumam adotar posturas mais conservadoras e com conhecimento aprofundado dos processos de TI, para garantir o bom funcionamento dos processos tecnológicos e segurança das informações que estão sob domínio, sem tanto foco na outra ponta, os negócios. Este distanciamento de interesses pode comprometer o desempenho de um CDO, isto é reforçado pelo comentário de Lyzbeth Cronembold, CDO do Grupo Bandeirantes, em entrevista à CIO.
“Quando o profissional tem uma visão limitada e apenas fala sobre infraestrutura e soluções, não consegue performar nesse papel”
Contudo, isto não significa que CIO’s não possam exercer tal papel. Muitas empresas procuram investir em cursos preparatórios para apoiarem o desenvolvimento de seus líderes para atingirem a performance esperada. Em complemento, também temos visto que não há regra determinante para elencarmos o “CDO ideal” no mercado. Muitas vezes os fatores específicos de cada organização são critérios chave para tal definição, como: Cultura organizacional, estratégia de negócio, ramo de atuação, além das características comportamentais do profissional.
Para alcançar o tão almejado cargo de CDO de sua organização, é ideal que o profissional também saiba realizar a leitura do ambiente em que a empresa está inserida e dos fatores externos que a afetam. Ser um agente transformador e tornar-se protagonista é essencial. Importante lembrar que a transformação envolverá elementos cruciais, tal como a cultura, comportamento, negócios e o principal: pessoas.